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Primeiro-ministro de Israel reage à chamada do presidente francês Emmanuel Macron para suspensão do fornecimento de armas a Israel, em meio aos esforços contínuos da França por um cessar-fogo e fim da violência no Líbano.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rebateu duramente as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a necessidade de suspender a exportação de armas para Israel, devido ao uso no conflito em Gaza. A fala de Macron, direcionada principalmente aos Estados Unidos, faz parte dos esforços franceses para reviver a proposta de cessar-fogo no Líbano.
Embora a França forneça poucas armas para Israel, Macron busca fortalecer a influência da França no Líbano, destacando o desejo de que os EUA coloquem uma pressão mais efetiva em Israel para aceitar um cessar-fogo. A proposta de um cessar-fogo de 21 dias no Líbano, anunciada em Nova York há quase duas semanas, foi rejeitada por Israel, e Washington mostrou pouco entusiasmo em resistir a essa decisão.
Em uma entrevista gravada na última segunda-feira e transmitida no sábado, Macron afirmou: “Acredito que a prioridade agora é retornar a uma solução política e interromper o fornecimento de armas que alimenta os combates em Gaza.” Ele imediatamente esclareceu que a França não fornece armamentos, direcionando sua mensagem aos Estados Unidos, principal fornecedor de armas de Israel. Macron também advertiu sobre o aumento do ressentimento e do ódio como resultado dos conflitos, enfatizando que o Líbano não deve ser transformado em outra Gaza.
No domingo, Macron reiterou seu pedido, dizendo que apoia a suspensão das exportações de armas para Gaza, pois um cessar-fogo é essencial para deter a escalada da violência e abrir caminho para soluções políticas que garantam a segurança de Israel e de toda a região do Oriente Médio.
Essas declarações geraram uma rápida resposta de Netanyahu. “Enquanto Israel combate as forças do barbarismo lideradas pelo Irã, todos os países civilizados deveriam estar ao lado de Israel”, afirmou o primeiro-ministro israelense em comunicado. “Contudo, o presidente Macron e outros líderes ocidentais agora estão pedindo embargos de armas contra Israel. Vergonha para eles.”
Macron também anunciou a convocação de uma conferência internacional sobre ajuda ao Líbano, com o objetivo de estabelecer tropas armadas do governo libanês na fronteira com Israel. Os ataques israelenses no Líbano visam enfraquecer o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, que tem lançado foguetes contra Israel em apoio ao Hamas.
As observações de Macron foram bem recebidas pelos governos do Líbano, Catar, Egito e pela Autoridade Palestina, destacando a preocupação francesa com a resposta de alguns funcionários da Casa Branca, que aparentemente não se opuseram à rejeição israelense ao plano de cessar-fogo. Poucos representantes dos EUA criticaram Israel pela escalada do conflito.
A discussão sobre as vendas de armas ocorre em meio aos esforços diplomáticos para encerrar o impasse político no Líbano, que dura dois anos, sobre a eleição de um novo presidente. Com o Hezbollah enfrentando pesadas perdas em sua liderança devido aos ataques israelenses, há pressão para que a ala política do grupo permita que as eleições prossigam, enquanto a ala militar aceite um acordo de paz, separado do cessar-fogo em Gaza. A posição do Hezbollah, até recentemente, era de que não haveria eleições antes de um cessar-fogo no Líbano, e nenhum cessar-fogo no Líbano sem um acordo semelhante em Gaza.
Desde o fim do mandato do ex-presidente Michel Aoun, em 2022, o Líbano tem enfrentado um bloqueio político, com seu parlamento dividido de 128 membros incapaz de alcançar a maioria necessária para eleger um novo presidente.
Os Estados Unidos supostamente apoiam a ideia de aproveitar a fraqueza do Hezbollah para instalar como presidente o comandante-chefe do exército, general Joseph Aoun. No entanto, é improvável que o Irã apoie essa ação.
Enquanto a crise no Oriente Médio continua, os esforços internacionais se intensificam para tentar diminuir as tensões e promover uma solução política que possa estabilizar a região e garantir a paz entre os países envolvidos.
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