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PF Investiga Influenciador por Venda de Cursos para Sonegação de Impostos; Prejuízo Pode Ultrapassar R$ 50 Milhões

Foto do escritor: Vinicius MarquesVinicius Marques



A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal estão investigando o influenciador digital Mayke Garbo Gomes Pereira em um esquema de importação ilegal de smartphones, sem o pagamento de tributos devidos. A operação, denominada IFraud, tem como objetivo desmantelar a rede de sonegação, cujos prejuízos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 50 milhões.


Investigações e Objetivos

De acordo com Fernando Poli, auditor-fiscal da Receita Federal, o foco principal é identificar as revendedoras que se beneficiaram da importação ilegal dos aparelhos. "Vamos recolher a base de todos os clientes desse influenciador e investigá-los para identificar os principais revendedores de celulares que se beneficiaram das fraudes", afirmou Poli em entrevista.

A investigação aponta que Mayke Garbo lucrava vendendo cursos que ensinavam a importar eletrônicos, como smartphones, sem pagar impostos, além de ostentar nas redes sociais bens como carros e mansões de luxo. Parte dos alunos, porém, teve suas encomendas apreendidas pela Receita Federal, o que gerou inúmeras reclamações em portais de defesa do consumidor.


Detalhes do Esquema

Segundo a Receita, o influenciador orientava seus clientes e alunos a realizar as importações com empresas vinculadas a ele, prometendo que os produtos não seriam tributados. "Muitas dessas pessoas não sabiam que estavam cometendo crimes", declarou Fernando Poli, explicando que Garbo ludibriava seus seguidores com promessas de compras vantajosas.

Mayke Garbo direcionava seus clientes a realizar transações com supostos "sites parceiros" e "compra assistida" no exterior, garantindo a importação dos produtos sem pagamento de taxas alfandegárias. O influenciador mantinha uma rede de cúmplices para viabilizar a importação ilegal e a distribuição dos aparelhos no Brasil.


Ações da Polícia Federal e Receita Federal

Na primeira fase da operação, realizada na terça-feira (1º), oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em várias cidades: São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. Aproximadamente 25 auditores-fiscais e 35 policiais federais participaram da ação, que teve como principal alvo Mayke Garbo.

Durante as investigações, foi descoberto que a empresa responsável pela distribuição dos produtos, vinculada ao esquema de Mayke, movimentou cerca de R$ 45 milhões em 2023, além de adquirir R$ 1,8 milhão em criptomoedas, como o Tether (USDT). Somente nos primeiros 100 dias de 2024, a empresa comercializou mais de 3 mil smartphones, sem qualquer nota fiscal, totalizando um valor superior a R$ 14 milhões.


Crimes Investigados

Os responsáveis poderão responder por crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, falsidade ideológica, e associação criminosa. A PF também investiga outros influenciadores que promovem práticas semelhantes, visando a sonegação de impostos e outras fraudes fiscais.

Poli destacou que a Receita Federal monitora os cursos e conteúdos desses influenciadores. "Nós assistimos os cursos e sabemos o que eles estão ensinando. Quando uma pessoa orienta um aluno a mentir o valor de um produto, obviamente isso é uma prática ilícita", disse o auditor.


Ação Conjunta e Participação dos Clientes

Além de Mayke, os alunos e clientes que compraram os cursos também serão investigados, especialmente aqueles que se beneficiaram diretamente do esquema. Segundo a Receita, o grupo criminoso oferecia a opção de realizar a compra dos produtos nos Estados Unidos, com envio ao Brasil sem o pagamento de taxas, ou retirar os produtos no Paraguai.

 
 
 

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